Lucro líquido da Mitre cresce 895% no 2º tri, com venda de parcela de projeto
Receita líquida da Mitre somou R$ 180,5 milhões no trimestre, queda de 2,6%
A incorporadora Mitre registrou no segundo trimestre um lucro líquido de R$ 55,9 milhões, aumento de 895% sobre o mesmo período do ano passado.
O presidente Fabrício Mitre explica que esse crescimento se deve principalmente à venda para um fundo de 35% do empreendimento Haus Mitre NY, projeto de R$ 770 milhões de valor geral de venda (VGV) que será lançado no quarto trimestre.
Houve um aporte de R$ 49,8 milhões na linha de outras receitas operacionais da companhia, ante despesa de R$ 658 mil no segundo trimestre do ano passado, além de uma redução de 53,6% nas despesas comerciais.
Segundo a companhia, a estratégia de adiantar parte das vendas deve continuar em outros projetos e visa “gerar retorno aos acionistas e destravar o valor escondido no patrimônio líquido”, uma vez que a Mitre tem sido negociada a 75% do seu patrimônio. “Com isso, não precisamos esperar três anos para realizar o lucro”, diz.
A companhia registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 45,1 milhões, alta de 276%. A margem Ebitda foi de 25%, aumento de 18,5 pontos percentuais.
A receita líquida da Mitre somou R$ 180,5 milhões no trimestre, queda de 2,6%. A margem bruta recuou 12,3 pontos, para 17%.
Segundo Mitre, parte da perda de margem vem da impossibilidade de subir o preço dos projetos em construção na mesma medida do alta de custos no período desde o lançamento, o que tem sido suavizado nos projetos mais recentes, com margens mais próximas de 30%, a marca história da companhia. “A recomposição de margem deve vir mais forte nos próximos trimestres”, afirma.
A revisão do Plano Diretor de São Paulo também deve ajudar na recuperação das margens, analisa Mitre. “Teve aumento de potencial construtivo para o nosso portfólio e mais flexibilidade no desenvolvimento de projetos”, afirma.
Essa flexibilidade é a opção de fazer menos estúdios e mais apartamentos grandes, porque agora será possível ter mais de uma vaga de garagem por unidade — estúdios são usados para aumentar a quantidade de vagas nos projetos.
Segundo Mitre, há um ganho de eficiência de custo de obra quando se reduz a quantidade de estúdios.
A empresa também quer começar a investir no Minha Casa, Minha Vida, após o anúncio do novo teto de R$ 350 mil. “O programa tornou-se mais atrativo para incorporadoras de média renda”, afirma. A empresa já tem unidades de sua linha de entrada, Origens, que se encaixam nesse limite, e estuda se vale reduzir o tamanho dos apartamentos para aumentar a
A operação econômica deve representar “uma minoria do portfólio”, no entanto, e não levar o nome Mitre.
No semestre, a incorporadora atingiu R$ 74,6 milhões de lucro líquido, crescimento de 442%. O Ebitda subiu 142%, para R$ 67,6 milhões, e a receita somou R$ 371,1 milhões, alta de 14,6%.