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Mitre Realty

Mitre Realty prioriza corte de custos e novos lançamentos para crescer em 2025

Incorporadora deve distribuir R$ 42 milhões aos acionistas ao longo de 2025

Por Breno Damascena

A Mitre Realty (MTRE3) celebrou seu recorde de vendas líquidas com um volume total de 324 milhões no primeiro trimestre de 2025. A incorporadora também alcançou seu menor patamar de estoque pronto da história, com apenas 33 unidades.

No meio de um processo de recuperação operacional, a companhia aposta na redução de despesas e em lançamentos robustos para lidar com os juros altos que afetam a classe média.

O volume total de vendas líquidas da Mitre é o melhor da história da companhia, com números 31,5% maiores do que o mesmo período de 2024. A incorporadora também registrou uma receita líquida de R$ 239,3 milhões, resultado 2,6% menor do que o primeiro trimestre de 2024. Porém, neste período, o lucro bruto cresceu expressivos 954,9% e o lucro líquido chegou a R$ 11,2 milhões.

A margem bruta também melhorou em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. Os bons resultados da empresa fizeram com que ela anunciasse a distribuição de R$ 15 milhões em dividendos e antecipasse a distribuição de R$ 42 milhões ao longo do ano.

Redução de custos operacionais

O otimismo é sustentado pela expectativa de lançar mais projetos e diminuir os custos. Em seu relatório de divulgação de resultados, a companhia reitera diversas vezes o compromisso de reduzir as despesas gerais e administrativas para melhorar a eficiência e a produtividade.

De fato, este indicador teve uma queda de 12,4% em relação ao mesmo período de 2024, chegando ao patamar de R$ 23,5 milhões.

“Enxergamos 2025 como um ano de continuidade. Queremos manter um ritmo consistente de entregas porque estamos em um processo de recuperação de margem e crescimento financeiro. É importante mostrar para os nossos acionistas que estamos voltando a ser o que éramos”, comenta Rodrigo Cagali, vice-presidente de operações da Mitre.

Ritmo de lançamentos com selic alta

Especializada em desenvolver projetos para a classe média, a companhia enfrentou algumas dificuldades nos últimos anos, em reflexo a alta de juros, inflação persistente e crescimento marcante no custo de construção. “O financiamento está mais duro, as obras mais caras e os terrenos cada vez mais disputados”, sintetiza Murilo Marchesini, CEO da gestora Finamob.

“Depois de um IPO conturbado e de um longo período com as ações sofrendo por diversos motivos, a Mitre apresentou melhorias nos últimos anos, mas precisa de cautela”, comenta Marchesini. “Com a Selic alta, todo o mercado sofre, mas a classe média sofre mais”, analisa.

A incorporadora, por outro lado, se agarra ao baixo número de unidades prontas em estoque para continuar com o ritmo de lançamentos. O estoque do primeiro trimestre fechou em R$ 1,9 bilhão, espalhados em 1.534 unidades. Porém, apenas 2% do estoque da companhia é de unidades prontas – o restante ainda está em construção.

Não à toa, a Mitre vai entregar oito novos empreendimentos em 2025. Somados, os lançamentos devem chegar a um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 1,6 bilhão e 2.110 unidades.

Entregue no primeiro trimestre deste ano, a torre de estúdios Raízes Tatuapé vendeu 98,6% das unidades. “Acreditamos que estoque pronto e parado é um estoque nocivo. Como o nosso setor é muito afetado pelos juros, esse é um dos critérios que avaliamos para fazer novos lançamentos”, afirma Cagali.

“Estamos em um nível de pleno emprego e as pessoas estão confiantes. Acreditamos que o problema atual que as construtoras enfrentam não é o preço, é o produto ruim. Quando temos cenários econômicos adversos são os empreendimentos ruins que não vendem”, acredita o executivo.

Landbank consolidado e expansão controlada

A estratégia de manter um ritmo alto de lançamentos e tentar diminuir os custos operacionais para encantar os investidores se sustenta por uma série de mudanças adotadas pela Mitre nos últimos anos. Cagali destaca que da compra do terreno a venda dos empreendimentos toda a jornada de incorporação é feita pela própria companhia.

“Há dois anos, quando lançávamos um produto, uma imobiliária terceirizada era responsável pela negociação. Hoje, não dependemos de ninguém. Assim, conseguimos direcionar melhor os corretores e ajustar campanhas de marketing para atrair o público correto”, aponta.

Outra prática adotada foi a de segmentar melhor os empreendimentos. A Mitre encerrou o 1º trimestre de 2025 com landbank de R$ 4,4 bilhões, que estão distribuídos pela região de São Paulo. A maneira que a empresa encontrou para focar melhor os lançamentos é mapear os bairros buscando atender a demanda de cada microrregião.

A incorporadora também começou a realizar parcerias com grandes marcas, como a Mormaii e o Buddha Spa, para impulsionar os projetos comercialmente. “No Haus Mitre Nova York, que lançamos no Brooklin, o comprador vai ter uma padaria dentro do prédio”, exemplifica.

“Além da concorrência, estudamos os próprios produtos. Quando você vê um apartamento que está pronto há dois anos e ainda não vendeu, significa que ele não é bom”, afirma.

Fonte: Estadão

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